Situação anterior
O Brasil era uma colônia de exploração, a relação
comercial com o Portugal era de mercantilismo
(Pacto Colonial, só podia vender e comprar do Portugal). Curto e grosso: era
explorado, roubado e privado de tudo com fraudes e violência extrema.
Uma das regiões brasileiras
mais desenvolvidas, capital da Colônia, era o Rio de Janeiro, com
aproximadamente sessenta mil habitantes (metade deles escravos), no entanto,
não havia ruas decentes para circulação da população, nem iluminação, muito
menos teatros, colégios, bibliotecas, circulação de moeda, enfim nada.
Entre várias revoltas que
antecederam à vinda da Família Real, os mais relevantes foram a Inconfidência
Mineira e Conjuração Baiana.
A Inconfidência Mineira, ou Conjuração
Mineira foi um movimento separatista ocorrido na Cidade de Vila Rica (Minas
Gerais) em 1789. Teve como principal causa os altos e arbitrários impostos
cobrados sobre o ouro extraído nas regiões das Minas Gerais. Os articuladores
foram intelectuais poetas, militares, padres e um alferes (Joaquim José da
Silva Xavier – Tiradentes). Tinham como metas a independência política e
econômica do Brasil. O movimento foi delatado ao governo (um dos traidores do
movimento: Joaquim Silvério dos Reis), que reprimiu com violência. Os lideres
dos movimentos foram condenados à prisão, ou exílio. O Tiradentes foi o único
que foi condenando à morte na forca; e depois esquartejado e partes espalhadas no
povoado.
A Conjuração Baiana foi uma rebelião popular, de caráter, também,
separatista ocorrida na Bahia em 1798. Participaram pessoas do povo,
ex-escravos, médicos, alfaiates, padres, entre outros segmentos sociais. Teve como causa principal exploração de
Portugal com altos tributos cobrados.
Defendiam a liberdade em relação a Portugal e mudanças sócio-econômicas.
Após vários motins e saques, a rebelião
foi reprimida pelas forças do governo, alguns foram presos, julgados e
condenados.
Bloqueio
continental
O temido Napoleão Bonaparte,
imperador francês, dominava a Europa, mas, não conseguia vencer a Inglaterra
que possuía uma marinha com esquadra invencível.
Com a intenção de derrotar a
Inglaterra, o Napoleão decretou o
“Bloqueio Continental”, todos os países europeus foram proibidos de praticar o
comércio com os ingleses.
O Portugal, na época, era
governado pelo príncipe regente Dom João (VI), era um aliado comercial da
Inglaterra. D. João ficou numa situação complicada, pois se executasse o que o
Napoleão mandou, os ingleses invadiriam o Brasil, pois estes estavam muito
interessados no ouro brasileiro; por outro lado, se não fizesse, os franceses
invadiriam Portugal.
A saída que D. João
encontrou foi transferir a corte portuguesa para o Brasil.
Abertura dos portos
Apenas quatro dias após sua
chegada, aos 28 de janeiro de 1808, o D. João promulgou a Carta Régia que é o Decreto de Aberturas dos Portos às Nações
Amigas. Os portos brasileiros doravante tinham permissão para receber
livremente os navios estrangeiros dessas nações. Beneficiou muito o comércio inglês e dos
Estados Unidos; foi uma experiência pioneira liberal do mundo após a Revolução
Industrial.
Essa medida foi de grande
importância para a economia brasileira, pois, marcou o fim do Pacto Colonial. Pela primeira vez o Brasil experimentou
contatos diretos e regulares com o exterior, sem a intermediação de Portugal. O
Rio de Janeiro transformou-se em um grande entreposto comercial do Atlântico
Sul.
O Tratado de
comércio e navegação de 1810
Podemos resumir este tratado
como definição e estabelecimento de taxas alfandegárias para colocar
mercadorias no Brasil e nos outros territórios (colônias) sob o domínio de
Portugal. Neste tratado ficou
estabelecido que os produtos da Inglaterra pagavam 15%, os demais países estavam
submetidos à taxação de 24% na alfândega e as mercadorias portuguesas pagavam
16%, portanto, 1% a mais que as inglesas.
O Brasil com a abertura dos portos e com este tratado passou de Pacto Colonial (colonialismo
mercantilista português) para a o Capitalismo
Industrial inglês. Só mudou a relação de dependência econômica.
O governo de D.
João no Brasil medidas administrativas e culturais
Com o estabelecimento da
corte no Brasil, o Rio de Janeiro passou de Capital da Colônia para a sede do
Império português e D. João teve que organizar toda a administração.
Houve criação de três
ministérios, a saber:
1) Da Guerra e Estrangeiros;
2) Da Marinha;
3) Da Fazenda e Interior.
Também, instalou alguns
serviços auxiliares e indispensáveis para o funcionamento do governo, entre os
quais a Casa da Moeda, o Banco do Brasil, a Junta Geral do Comércio e o Supremo
Tribunal.
Além das mudanças comerciais
e administrativas, a chegada da família real e a nobreza portuguesa ao Brasil
também causou uma turbulência cultural e educacional relevantes. Nessa época, D. João criou escolas como
Academia Real Militar, a Academia da Marinha, a Escola de Comércio, a Escola
Real de Ciências, Artes e Ofícios, a Academia de Belas-Artes e dois Colégios de
Medicina e Cirurgia (um no Rio de Janeiro e outro no Salvador).
Criados, também, o Museu
Nacional, o Observatório Astronômico, a Biblioteca Real (acervo era composto
por livros e documentos trazidos de Portugal), o Real Teatro de São João e o
Jardim Botânico. Uma criação muito
importante de D. João foi a da Imprensa Régia (centro de informática); ela
editou obras de vários escritores e traduções de obras científicas.
Elevação do Brasil
em Reino unido de Portugal
Após a derrota do Napoleão
na Batalha de Waterloo, aos 18 de junho de 1815, as monarquias européias se
reuniram em Viena, na Áustria, para discutir a redefinição do mapa geopolítico
da Europa – alterado em razão das Guerras Napoleônicas.
De acordo com os princípios
adotados pelo Congresso de Viena, a Família Bragança, que reinava em Portugal
antes da invasão napoleônica, seria restaurada. No entanto, João de Bragança
(D. João) estava no Brasil, não em Portugal. E pelos conceitos de Viena o
Brasil era somente uma colônia, não tendo o mesmo status político que o reino.
A solução encontrada para
resolver a não conformidade foi elevar o Brasil à condição de Reino Unido a
Portugal e Algarves (= províncias da região sul de Portugal). Em 17 de dezembro
de 1815 o Brasil foi elevado a reino e as capitanias passaram a chamar-se províncias
em 1821.
Em 1818 com o falecimento da
rainha D. Maria I (conhecida como a louca) a quem D. João substituía, deu-se no
Rio de Janeiro a proclamação e a coroação do Príncipe Regente, que recebeu o
título de Dom João VI.
Revolução
Pernambucana
Conhecida também como
Revolução dos Padres foi um movimento social de caráter emancipacionista
ocorrido na Capitania de Pernambuco que eclodiu aos 6 de março de 1817.
A população da região estava
revoltada com os impostos que serviam para sustentar o luxo da Corte portuguesa
instalada no Rio de Janeiro. Além disso,
a região sofreu uma grande seca em 1816 que causou enormes prejuízos à
agricultura e provocou fome e miséria no nordeste. Não bastando o problema da
seca, os preços do açúcar e do algodão (principais produtos cultivados em
Pernambuco) estavam caindo no mercado internacional, devido à concorrência do
açúcar da América Central e do algodão Norte-Americano causando a crise
econômica. Foram as principais causas da
revolução.
As tropas portuguesas acabou
com a revolução no dia 20 de maio de 1817.
Retorno da corte a
Portugal
Os portugueses de Portugal
estavam extremamente furiosos com Elevação do Brasil em Reino Unido , o Brasil
estava crescendo e Portugal cada vez mais pobre e falta de pagamento dos
militares (Nessa época, D. João já estava com cofres do Banco do Brasil vazios,
por administração malfeita, desvios de dinheiro e corrupção na Corte
brasileira). Essa insatisfação resultou
em Revolução Constitucionalista (1820) que exigia o imediato retorno da Corte
para Lisboa, assim reestabelecendo dignidade metropolitana e o estabelecimento
de uma Monarquia Constitucional em Portugal; além da imediata restauração da
exclusividade de comércio com o Brasil (retorno do Pacto Colonial, aos moldes
do mercantilismo). Portanto, em Portugal já iniciavam a elaboração da
Constituição do Reino.
Inicialmente o D. João VI
ignora esta intimação, mas devido à pressão popular do clero, da nobreza e da
burguesia portuguesa, aos 26 de abril de1821 decide retornar à metrópole depois
de cerca de treze anos no Rio de Janeiro.
Porém, esta decisão régia foi mal recebida no Brasil, pois funcionários
que haviam recebido cargos públicos e proprietários de escravos e terras do Rio
de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo, manifestaram-se contra a Revolução
do Porto (Constitucionalista), defendendo a permanência da família real no
Brasil.
O D. João VI, ao retornar
para Portugal, deixou seu filho D. Pedro, como Príncipe Regente do Brasil.
Revolução liberal
de 1820 - Portugal
Foi um movimento militar
iniciado em 24 de agosto de 1820 na cidade do Porto, ao norte de Portugal,
espalhando-se rapidamente para outras regiões do país até chegar à capital,
Lisboa. Nesse caminho, conquistou o apoio da burguesia, do clero, da nobreza e
do Exército. O sucesso dessa revolução é
devido ao apoio da maioria de classes sociais.
Após a derrota do Napoleão
na Batalha de Waterloo, aos 18 de junho de 1815, o Portugal se encontrava numa
situação de crise econômica, política e social.
Em primeiro lugar porque, desde 1808, a Família Real não estava mais na
metrópole e, sim, no Brasil, para
onde tinha fugido da invasão napoleônica.
Em segundo, a abertura dos
portos brasileiros, por exemplo, pôs fim ao monopólio comercial português
sobre o Brasil, que havia perdurado durante praticamente três séculos. Essa
medida afetou a economia lusitana e, em especial, a burguesia comercial do
país, favorável ao restabelecimento da ordem anterior. Em terceiro, a nobreza, por sua vez, havia
perdido uma série de privilégios que
possuía até então como integrante da Corte Portuguesa, agora, não mais em
Lisboa, mas, sim no Rio de Janeiro. Em
quarto, o Exército, desde a fuga da Família Real para o Brasil, o D. João,
delegou comando ao Marechal (inglês)
Beresford e, a quem o D. João
confiou o governo português na Europa durante sua ausência, a atendendo a
“sugestão” da Inglaterra. Em quinto,
atraso de pagamentos das tropas. Em
sexto, a influência liberal - naquele
mesmo ano, outras regiões da Europa (como Espanha, Grécia e a cidade de
Nápoles) passaram por revoluções liberais. Sob influência desses movimentos, as
Cortes portuguesas também procuraram formar um governo liberal no país, subordinando a Coroa ao Legislativo
(isso é, criando uma monarquia
constitucional), garantindo direitos aos cidadãos portugueses e enfrentando
a crise em que o país se encontrava.
Uma das soluções para sair
da crise: As Cortes defendiam a volta imediata do rei para Portugal e o
restabelecimento do monopólio comercial sobre o Brasil. Havia, portanto, uma visível contradição no movimento de
1820: se ele era liberal para os portugueses, em relação ao Brasil, a
revolução buscava nada mais do que retomada do colonialismo. Atender às
propostas liberais, portanto, significaria o retorno do Brasil à condição de
colônia.
O Marechal Beresford foi afastado e substituído por uma junta provisória, que convocou as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa para elaborar uma Constituição para Portugal.
O Marechal Beresford foi afastado e substituído por uma junta provisória, que convocou as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa para elaborar uma Constituição para Portugal.
Regência
de D. Pedro
Ao voltar a Portugal, D.
João VI deixa seu filho D. Pedro I como Príncipe Regente do Brasil. O período
de 21 de abril de 1821 a
setembro de 1822. Mesmo durando um breve período de tempo, o governo provisório
de Dom Pedro foi marcado por um conjunto de transformações bastante intensas e
importantes, principalmente, a caminho da Independência do Brasil.
A competência de D. Pedro e
a firmeza do conde dos Arcos (conselheiro e assessor) na repressão à Revolução
Pernambucana de 1817; essa postura firme no comando do exército provocou
desconfiança nas tropas portuguesa fiéis às Cortes. No dia 5 de julho de 1821 as tropas
comandadas pelo general Avilez exigiram que o D. Pedro jurasse a Constituição
que fora promulgada em Lisboa.
As Cortes portuguesas
tomaram uma série de medidas econômico-administrativas que denunciaram suas
verdadeiras intenções para com o Brasil. A princípio, essas disposições das
Cortes diziam respeito apenas à vida econômica; representavam um grande esforço
para eliminar a predominância inglesa no Brasil. Mais tarde, algumas
providências administrativas das Cortes esclareceram as perspectivas que o
Brasil poderia ter.
“A 24 de abril de 1821 as
Cortes declaravam os governos provinciais independentes do Rio de Janeiro,
subordinando-os diretamente às Cortes. Antes mesmo que lá chegassem os
deputados brasileiros, já tratavam as Cortes, em 29 de setembro de 1821, de
assuntos de sumo interesse para o Brasil, decidindo transferir para Lisboa o
Desembargador do Passo, a Mesa da Consciência e Ordens, o Conselho da Fazenda,
a Junta de Comércio, a Casa de Suplicação e várias outras repartições
instaladas no Brasil por D. João VI. Decretava-se a seguir, em 1º e 18 de
outubro, a volta do Príncipe Regente, nomeando-se, para cada província, na
qualidade de delegado do poder executivo, um governador-de-armas, independente
das juntas, e destacavam-se novos contingentes de tropas para o Rio de
Janeiro.”[1]
“As notícias repercutiram
como uma declaração de guerra, provocando tumultos e manifestações de
desagrado. Ficava claro que as Cortes intentavam reduzir o país à situação
colonial e era evidente que os deputados brasileiros, constituindo-se em
minoria (75 em 205, dos quais compareciam efetivamente 50), pouco ou nada
podiam fazer em Lisboa, onde as reivindicações brasileiras eram recebidas pelo
público com uma zoada de vaias. À medida que as decisões das Cortes portuguesas
relativas ao Brasil já não deixavam lugar para dúvidas sobre suas intenções,
crescia o partido da Independência.”[2]
[1] Viotti,
Emília, Introdução ao Estado da Emancipação Política, in Brasil em Perspectiva,
Difusão Européia do Livro, São Paulo, 1968.
[2] Idem
Reação das elites
brasileiras
O indisfarçável caráter
recolonizador das medidas propostas pelas Cortes portuguesas reforçou a
convicção dos liberais brasileiros de que só a separação definitiva de Portugal
poderia evitar o retorno do Brasil à condição inferior, na qual se encontrava
antes da vinda da Família Real. A insatisfação era geral: a maçonaria,
aproveitando-se da situação, reuniu na loja maçônica Comércio de Artes alguns
liberais radicais; entre estes havia certo número de republicanos. Todos pretendiam a extinção dos laços com as
Cortes portuguesas: Gonçalves Ledo, redator do Revérbero-Constitucional,
Clemente Pereira, padre Januário da Cunha Barbosa, coronel Alves Branco e
capitão José Joaquim da Rocha.
Os grandes proprietários de
terras contentavam-se em garantir a autonomia conquistada: temiam as mudanças
radicais, que poderiam provocar revoltas de escravos ou a ruptura das relações
comerciais com a Inglaterra. Assim a aristocracia rural não considerava
necessário o rompimento com Portugal e argumentava que tal pretensão poderia colocar
em risco a própria unidade territorial.
O José Bonifácio era a figura mais importante desse grupo social.
As duas facções liberais – rural, representada pelos senhores de
terra e urbana, integrada pelos
maçons e pelos intelectuais – compunham
o Partido Brasileiro; seus conflitos internos prolongar-se-iam até o
período regencial (1831).
Dia do Fico
Em 9 de dezembro de 1821
chegava ao Rio de Janeiro o Infante D. Sebastião que trazia uma ordem
(intimação) das Cortes, determinando o regresso do príncipe a Portugal. Diante disto, o Partido Brasileiro fez correr
pelo país um abaixo-assinado, para pedir ao príncipe sua permanência,
procurando mobilizar o povo e oferecer uma retaguarda ao príncipe. O regente recebeu listas com assinaturas de
cerca de 8.000 pessoas pedindo que ele ficasse no país. Em 9 de janeiro de
1822, apoiado pelas províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, D.
Pedro decidiu permanecer. Ele foi à
sacada e disse: “Se é para o bem de
todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico!” Essa data ficou conhecida como Dia do
Fico.
Portugal não aceitou
pacificamente a decisão de Dom Pedro. As tropas portuguesas sediadas no Rio de
Janeiro tentaram forçá-lo a embarcar, o povo reagiu em defesa de Dom Pedro . Pressionados
essas tropas voltaram para Portugal.
D. Pedro recusou-se a
partir. Momentos decisivos do rompimento com Portugal.
Proclamação da
Independência do Brasil
Dom Pedro estimulado pelo
entusiasmo popular, tomou novas decisões. Primeiramente reformou o ministério
dando-lhe força e unidade . Para isso nomeou em 16 de janeiro de 1822, José
Bonifácio de Andrada e Silva Ministro dos Negócios do Interior, da Justiça e
dos Estrangeiros.
Em 04 de abril aconselhado
por José Bonifácio decretou que as ordens vindas de Portugal, só teriam valor
se aprovadas por ele, como isso, enfrentando as exigências das cortes.
Em 03 de junho de 1822,
convocou uma Assembléia Nacional Constituinte para fazer as novas leis do
Brasil. Isso significava que, definitivamente, os brasileiros fariam as
próprias leis. Para o Parlamento português (denominado Cortes) não poderia
haver desobediência maior.
As agitações populares
tomaram conta das ruas nas principais cidades brasileiras. E em 1º de agosto
Dom Pedro dirigiu um manifesto aos brasileiros, convocando-os a se unirem. Em
06 de agosto, dirigiu outro manifesto às nações exigindo o reconhecimento,
pelos outros povos, dos direitos do Brasil.
No dia 14 de agosto, Dom
Pedro partiu para a província de São Paulo que se encontrava agitada por lutas
internas. A regência ficou entregue à sua esposa dona Leopoldina. Durante a sua
ausência, chega ao Rio de Janeiro uma carta das Cortes Portuguesas, na qual
exigia a volta imediata de Dom Pedro a Portugal e a anulação da convocação da Assembléia
Nacional Constituinte.
Leopoldina e José Bonifácio
enviaram um mensageiro para levar essa carta régia a Dom Pedro. José Bonifácio
e Leopoldina enviam outra carta, cada um reforçava a idéia de que havia chegado
à hora de tomar uma decisão. A proclamação
da Independência é considerada necessária por D. Leopoldina e o conselho do
Estado.
Dom Pedro estava retornando
a São Paulo, após uma viagem a Santos. Era 16
horas e 30 minutos do dia 07 de setembro de 1822, quando o mensageiro
alcançou Dom Pedro nas margens do Rio Ipiranga e entregou-lhe as cartas.
Eram uma instrução das
Cortes portuguesas (carta de Dom João VI), outra da princesa e um ofício de
José Bonifácio. Todos diziam a mesma coisa: que Lisboa rebaixava o príncipe a
mero delegado das Cortes, limitando sua autoridade às províncias, onde ela
ainda era reconhecida. Além disso, exigiam seu imediato regresso a Portugal,
bem como a prisão e processo de José Bonifácio. A princesa recomendava
prudência, mas José Bonifácio era alarmante, comunicando-lhe que além de
seiscentos soldados lusitanos que já haviam desembarcado na Bahia, outros 7 mil
estavam em treinamento para serem colocados em todo o Norte do Brasil.
Terminava afirmando: “Só existem dois caminhos: ou voltar para Portugal como
prisioneiro das cortes portuguesas ou proclamar a Independência, tornando-se
imperador do Brasil”.
Dom Pedro sabia que o
Brasil esperava dele uma atitude.
Depois de ler, amassou e pisoteou as cartas, montou seu cavalo e cavalgou até
às margens do Ipiranga e gritou à guarda de honra: “Amigos, as cortes de Lisboa
nos oprimem e querem nos escravizar…Deste dia em diante, nossas relações estão
rompidas”.
Após arrancar as insígnias
de cores azuis e brancas de seu uniforme, o príncipe sacou a espada e
gritou: ”Por minha família, por minha honra e por Deus, farei do Brasil um país
livre”, em seguida, erguendo a espada, afirmou: “Brasileiros, de hoje em diante nosso lema será: Independência ou
Morte!”.
Momento em que D. Pedro
proclamou a Independência do Brasil nas margens do Rio Ipiranga em São Paulo.
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